Encontro promovido pelo Programa Oeste em Desenvolvimento a respeito dos riscos sanitários e as estratégias de ação para enfrentamento da influenza aviária, deixou clara a urgência de adotar protocolos mais rígidos de entrada e saída de animais nas propriedades rurais e restringir a circulação de pessoas que não são ligadas ao sistema produtivo nas granjas com avicultura comercial. A gripe aviária, como é mais conhecida a doença, está presente em países vizinhos, notadamente Argentina, e com rápida propagação. Por isso, a preocupação do setor na Região Oeste do Paraná é ainda maior.
Autoridades sanitárias e técnicos ligados à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), integrantes das cooperativas e integradoras da região, entidades que representam os produtores rurais ouviram atentamente o apelo para que os avicultores reforcem as medidas de biosseguridade a fim de evitar focos de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em granjas comerciais.
O vice-presidente do Sindicato Rural de Toledo, Edenilson Copini, que também preside a Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná (Aaviopar), confirma a preocupação de todos os envolvidos na cadeia produtiva. “A partir do momento que for registrado um foco, o impacto financeiro será muito grande, tanto para a agroindústria quanto para os produtores e pessoas que trabalham nesta atividade”, considera.
Conforme o protocolo, em caso de ocorrência da gripe aviária todas as aves da granja devem ser sacrificadas. Se na propriedade rural em que foi confirmado o foco da doença tiver atividade de suinocultura, estes animais também devem ser sacrificados. Parte das propriedades rurais da região de Toledo conta com as duas atividades para manterem-se economicamente viáveis. Propriedades rurais num raio de 3 quilômetros ficam inseridas em uma zona de proteção e num raio de 10 quilômetros em área de vigilância.
“Precisamos blindar as granjas, permitindo apenas a presença de quem atua na atividade e cumprindo todas as orientações de biosseguridade. O avicultor sabe disso por meio do checklist que ele precisa cumprir e está na rotina da atividade. Mas é importante cuidar ainda mais com as portas de entrada e saída dos galpões e portões de entrada e saída das granjas, o pedilúvio para desinfecção e outros itens que compõem esses protocolos. Serve como alerta para que todos reforcem essas medidas. Os riscos existem. O sinal de alerta está ligado”, comenta.
Por outro lado, Copini observa que o produtor de frango de corte é instruído pela cadeia produtiva, seguindo rigorosos protocolos sanitários que visam contribuir para bloquear as possibilidades de ingresso do vírus nas granjas. Tanto que cooperativas já revisaram seus procedimentos e orientam os produtores a fazer o mesmo, inclusive com recomendação para não adquirir insumos fora do país, como é o caso da maravalha, e manter o aviário protegido com telas, entre outras obrigações.
A avicultura emprega milhares de pessoas em toda a extensão da sua cadeia produtiva, desde aqueles que estão no cuidado direto com as granjas e no fomento da atividade, bem como aqueles que estão nos frigoríficos e no transporte de insumos e produtos. O Oeste do Paraná concentra 38% das granjas de frango de corte instaladas no Estado (Anuário da Avicultura, 2022). Nada menos que 35% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VPB) do Oeste são provenientes da avicultura. Somente em Toledo, o abate de frangos gira em torno de 280 mil cabeças/dia.