Na manhã desta terça-feira (16/07), foi realizada nova reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio (CMDAT). Por iniciativa do Sindicato Rural Patronal, estiveram em pauta três assuntos que são considerados fundamentais para os produtores rurais: revisão do zoneamento agrícola, seguro rural e taxas de juros para financiamento das lavouras e investimentos.
“Todos nós sabemos que o agronegócio é o carro-chefe do País, que gera divisas e é o setor que movimenta a economia de muitas cidades. Mas na hora de demonstrar realmente o apoio que precisamos, vem mais um Plano Safra com taxas de juros elevadas e orçamento igual ao ano anterior para o seguro rural. Esses dois fatores, hoje, não estimulam em nada o produtor a fazer novos investimentos. Então, a reunião desta manhã serviu para nos unirmos nesta causa”, comenta o presidente do Sindicato Rural, Nelson Gafuri.
Conforme ele, após diálogo entre os conselheiros, foi tomada a decisão pela elaboração de um documento que apresentará a proposta para a revisão das épocas de plantio de soja e milho, maior previsão orçamentária para o seguro e pela redução dos juros de custeio e investimento. “Precisamos ser mais ouvidos na elaboração dos planos para a agropecuária, e é isso que buscamos. A Selic (taxa básica de juros) caiu, mas os juros para os financiamentos da lavoura e para compra de equipamentos continuam altos. Isso mostra que alguém está ficando com essa diferença e que não é o produtor. O agricultor é o primeiro que coloca seu patrimônio em risco porque pega um dinheiro caro e está sujeito a uma série de incertezas”, acentua.
Segundo avalia o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio, João Luis Raimundo Nogueira, há algum tempo o seguro rural vem apresentando modalidades diferenciadas de cobertura, acompanhando a época do plantio. Mas, principalmente, se percebe redução na cobertura de maneira generalizada. “O destaque desta reunião é que vamos pontuar algumas reivindicações para uma política agrícola a longo prazo. Precisamos fazer isso para dar maior previsibilidade ao produtor”, considera. “Esse é um trabalho de devemos fazer me conjunto e o Sindicato Rural, que representa a classe produtora, está conosco. Temos trabalhado muito em conjunto”, completa.
Nogueira também criticou uma das linhas de financiamento, prevista no Plano Safra, com taxa de juros para investimentos de ampliação da pecuária em 10,5%, em linha com a Selic. “É um juro muito alto. Isso tem que mudar. Estamos tratando de investimento de um setor que agrega muito valor à propriedade, que é importantíssimo na exportação e gera divisas. Então, tem que ser valorizado, tem que ser reconhecido”, afirma.