Foto: Wenderson Araújo
Para investir em práticas na recuperação de áreas e de pastagens degradadas, fazer os sistemas de integração lavoura-pecuária-florestas, uso e o manejo e proteção dos recursos naturais, entre outras práticas conservacionistas, o produtor rural brasileiro precisa pagar juros que vão de 7% a 8,5%. É o que prevê o Plano Safra 2024/2025 na linha do programa RenovAgro.
O presidente do Sindicato Rural Patronal de Toledo, Nelson Gafuri, critica essa taxa diante de tantas exigências que recaem sobre os produtores. “O governo fala tanto em meio ambiente e neste Plano Safra manteve entre 7% e 8,5%. Para os projetos de meio ambiente, que o produtor precisa financiar, essa taxa deveria ser zero. E além de tudo, outra falta de incentivo, é que o produtor tem muita burocracia para fazer esse financiamento. Então, muita coisa precisa mudar nesse pensamento em que para projetos de práticas conservacionistas o agricultor ainda tenha que pagar juros no financiamento. Isso não está certo”, avalia Gafuri.
Além disso, ele considera que a manutenção desta taxa de um ano para o outro não estimula em nada. “Tinha que ser zerada. Se você está fazendo um bem para todos, por que tem que pagar juro? Em outros países tem até subsídio. Já no Brasil tem que pagar o empréstimo com juro caro, sem contar com a burocracia”, completa.
Para Gafuri, é muito difícil ver o governo comemorar o crescimento das exportações do agronegócio; comemorar os R$ 476 bilhões do Plano Safra, como o maior da história; se na prática o reconhecimento não acontece. “Não está certo cobrar juro de empréstimo em projetos que contribuem para o meio ambiente”, afirma.