Toledo detém excelentes níveis de produtividade na agropecuária e desenvolve com primazia importantes cadeias produtivas. Contudo, para sustentar esse grau de produção, é preciso dominar os elementos que podem influenciar no desenvolvimento das atividades que acontecem nas propriedades rurais.
Por ser referência na produção pecuária, Toledo é sede de painéis do Projeto Campo Futuro da CNA, que chega ao Paraná por meio do Sistema Faep/Senar-PR e ao município por meio do Sindicato Rural Patronal.
As assessoras técnicas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), zootecnista Larissa Mouro e a médica veterinária Kalinka Koza, conduziram os trabalhos nesta terça-feira (16/07) que contaram com a participação de produtores rurais, técnicos autônomos e de cooperativas ligados à aquicultura. A reunião serviu para traçar o perfil da propriedade modal da região (que ocorre com maior frequência), preços dos insumos, custo mão de obra, custos operações de manejo, inventário de máquinas e equipamentos, ente outros dados de produção da tilápia.
Na conclusão dos trabalhos, Larissa observou que, embora o cenário seja de margens positivas, elas continuam pressionando o produtor rural. “São positivas no caso da despesca e por ciclo/produção de 92 toneladas. Levantamos que a propriedade que mais representa a região tem um hectare e meio de lâmina d’água, com cerca de três viveiros escavados. Fizemos toda parte de inventário, custo com ração, benfeitorias, implementos utilizados nesse sistema produtivo e ao final chegamos ao resultado de margem aproximada de R$ 2,00/kg de tilápia”, detalhou Larissa. Conforme ela, são 155 painéis de levantamentos de dados em 20 Estados brasileiros para levantamento da pecuária – corte e leite –, suinocultura e avicultura integrada, frutas, grãos e aquicultura para chegar ao cenário de produção e dar direcionamento às políticas públicas, sempre em defesa do produtor rural. “Esse é o objetivo do Projeto Campo Futuro da CNA com as federações e sindicatos rurais”, destacou. A expectativa é finalizar todos os levantamentos da aquicultura até a primeira quinzena de agosto.
O médico veterinário Fábio Mezzadri, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar-PR, destaca que esse painel da aquicultura dentro do Projeto Campo Futuro traz repercussões diretas ao produtor rural. “É um projeto que traz o custo real da atividade e contribui para embasar políticas públicas”, afirmou.
SUINOCULTURA
Em maio, outros painéis do Projeto Campo Futuro foram realizados pela CNA e Sistema Faep/Senar-PR no Sindicato Rural de Toledo. Os painéis “Suinocultura integrada (unidade produtora de leitões e terminação)”, foram conduzidos por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da CNA, Giovane da Costa Caetano, consultor da Labor Rural, e acompanhados por Nicolle Vilsek, da Faep.
Rafael salientou que o Campo Futuro existe desde 2007 e tem por finalidade levantar custos de produção, contemplando custos de atividades agrícolas e pecuárias, contribuindo para que essas informações auxiliem na tomada de decisões do produtor, na sua argumentação de custos junto às integradoras, e também para a formulação de políticas públicas. “Tendo a planilha em mãos, fica mais fácil para confrontar com dados da agroindústria especialmente na remuneração”, observa.
Na época, ele avaliou que a suinocultura passou por crise forte em 2020, 2021 e 2022, com melhores preços em seguida, porém ainda a receita cobrindo apenas as despesas diretas. No curto prazo era uma atividade atrativa, mas no médio e longo prazo, se não considerar depreciação e pró-labore, por exemplo, pode representar uma condição de sucateamento na parte de equipamentos e construções.