A crise na suinocultura foi um dos principais itens na pauta de reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio de Toledo (CMDAT), realizada nesta terça-feira (7), na sede do Sindicato Rural de Toledo.

A presidente da Associação Regional de Suinocultores do Oeste do Paraná (Assuinoeste), Geni Bamberg, e o vice-presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Eloi Fávero, relataram na reunião o momento crítico vivido pela classe de produtores a partir do rompimento de contratos de empresas com suinocultores.

“O problema é bem grave. Se calcula que de oito a dez mil animais por semana que estarão sem destino. Em algumas situações, as empresas preferem arcar com a multa rescisória. O que fazer com esses animais que estarão ‘sobrando’ nos próximos dias? O produtor não tem estrutura física para engordar esses animais e posteriormente efetuar a venda”, informou Geni. Conforme ela, os suinocultores pedem soluções para realocação desses animais, prorrogação de dívidas e isenção de juros. “O produtor não tem mais condições de contrair mais crédito”, sublinhou.

Por sua vez, o presidente do Conselho, João Luis Raimundo Nogueira, defende um trabalho melhor para comercialização do produto no mercado interno. “A carne suína não com preços competitivos para o consumidor interno e isso dificulta para que a carne tenha mais liquidez. Temos que construir esse avanço. É necessário fazer uma melhor investigação desse mercado interno”, pondera.

Uma conta que não fecha

O que está ocasionando essa falta de liquidez da carne suína no mercado consumidor interno? A pergunta foi feita durante a reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio de Toledo, com alguns indicativos.

Segundo Geni, alguns cortes não oferecem condições de aquisição por parte do consumidor, que está com baixo poder aquisitivo. Ela descreve como está a situação: “O suinocultor vende o quilo do suíno a pouco mais de R$ 4,00. Você consegue comprar algum corte de suíno a R$ 8,00 no supermercado? Uma costelinha, consegue comprar a R$ 15,00? Temos que chamar a atenção para isso porque o produtor está vendendo tão barato e o consumidor não consegue comprar a carne suína”, salienta.