Líderes do agronegócio de Toledo estiveram reunidos com o Governo Municipal na defesa de incentivos ao setor. Marcado pela cordialidade, o encontro resultou na busca de soluções a curto e médio prazos tendo em vista as necessidades que os produtores rurais encontram no dia a dia para o desenvolvimento de suas diferentes atividades na agricultura e pecuária, as quais movimentaram cerca de R$ 4,3 bilhões em 2022, conforme apurado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura nos cálculos do Valor Bruto da Produção.

O presidente do Sindicato Rural de Toledo, Nelson Gafuri, enalteceu algumas ações desenvolvidas para a sustentação do agro. A entidade representativa dos empregadores rurais tem investido muito em treinamentos e capacitações em vista da formação de lideranças e na sucessão familiar. Na reunião com o prefeito Beto Lunitti e o vice-prefeito Ademar Dorfschmidt, ele defendeu melhorias pontuais em alguns serviços públicos para que o agronegócio seja mais atrativo às novas gerações.

Gafuri citou demandas apontadas pelos produtores, como o pedido para que o Executivo intensifique ações na recuperação das estradas rurais asfaltadas, agilize a resposta aos protocolos feitos pelos produtores e empreenda esforços para a conectividade no campo ser uma realidade, tendo em vista as exigências de digitalização dos processos na produção e movimentação de grãos e animais. “Esses fatores são capazes de dar continuidade ao processo de geração de renda no campo para que ele seja atrativo aos filhos dos produtores. Com melhores condições para produzir, o agronegócio desperta novas oportunidades e contribuir para fixar essa juventude nas atividades da família”, considera.

Neste sentido, o vice-presidente do Sindicato Rural de Toledo e presidente da Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná, Edenilson Copini, reforçou que ações com este foco precisam ser desencadeadas com brevidade. Ele acrescentou a demanda de produtores para melhorias na infraestrutura rural que chegam às propriedades rurais e reforçou a importância de alterações na legislação para o enquadramento de produtores rurais no acesso às políticas públicas voltadas para o setor.

Copini lembra, por exemplo, da condição do produtor rural de Toledo que não tem acesso a incentivos para produção devido ao faturamento bruto anual. Em várias situações, ele está impedido de acessar políticas públicas porque os dispositivos legais estão restritos a uma interpretação de faturamento da propriedade, o que não condiz, segundo ele, com a realidade da renda que fica para o produtor. “Os valores chamam a atenção pelo que a propriedade movimenta economicamente, mas isso não reflete o que fica para o produtor”, sublinha. Por sinal, Gafuri frisa que em várias situações o investimento é muito alto em tecnologia de ambiência nas granjas, mas os pequenos e médios produtores não têm sequer essa mesma condição para investir própria casa onde reside.

Mesmo não estando na alçada do poder público municipal, a título de argumentação, foi lembrado na reunião desta quinta-feira (15) na sala de reuniões do gabinete do prefeito, que o atual modelo dificuldade a permanência do pequeno e médio produtor rural nas diferentes atividades. Na tomada de um empréstimo, as taxas de juros saltam de 4% para 8% ou mais porque e considerado o faturamento, ao invés da renda. “Se mudar esse enquadramento, o pequeno pode evoluir e competir no mercado. Do contrário, as atividades saem da mão do produtor e vão parar com os investidores. Do jeito que os bancos estão agindo, há dificuldades de financiar quem quer evoluir, mas tem de sobra para quem já tem dinheiro”, considera Copini.

Por conta disso, a proposta debatida na reunião com o prefeito é apresentar um documento solicitando reformulação em leis municipais que competem ao poder executivo local como forma de incentivar o desenvolvimento de atividades diversas no agronegócio toledano.

Além da direção do Sindicato Rural de Toledo e Aaviopar, participaram da reunião o secretário de Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Diego Bonaldo, o diretor da Funtec, Renato Tratch, o vice-presidente da Associação Paranaense de Suinocultores, Eloi Fávero, a presidente da Associação Regional de Suinocultores do Oeste, Geni Bamberg, Celso Rekowski (Aproltol – Associação dos Produtores de Leite de Toledo e Região, Genuir Nodari, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Toledo, a mobilizadora do Senar-PR, Bruna Dal Puppo Briccius, do presidente do Conselho Municipal do Agronegócio, João Luis Raimundo Nogueira, e dos professores Gerson Boff e José Augusto de Souza, do Colégio Agrícola Estadual de Toledo.