Em 2023, o Sindicato Rural de Tupanciretã, na região central do Rio Grande do Sul, completa 115 anos. A presidente da entidade, Julieta Dal Castel Lolpes, esteve em visita ao Sindicato Rural Patronal de Toledo, onde elogiou a estrutura que o produtor rural local pode contar nas suas necessidades. Ela está em seu primeiro mandato e na visita de cortesia buscou experiências exitosas para levar à sua entidade.
Julieta trabalha com o firme propósito realizar uma boa gestão, até porque ela é a primeira mulher a presidir o centenário Sindicato Rural de seu município. Ela superou desafios para chegar a esta função de comando, o que classifica ter alcançado de maneira muito natural. Por isso mesmo, trouxe uma mensagem de incentivo às produtoras rurais de Toledo para que participem mais da sua entidade de classe e contribuam com seus conhecimentos.
Ela conta que a atual diretoria é composta por sete mulheres. “A entidade tem uma história muito bonita. Acompanhando todas as lutas, vitórias e até algumas derrotas, conseguimos mostrar ao produtor que o Sindicato Rural é quem defende o agro. Claro, é um desafio muito grande para todas nós”, admite. Porém, as iniciativas implementadas, segundo Julieta, estão surtindo efeito, especialmente na capacitação dos associados.
A dirigente conta que o caminho de apoio para montar a diretoria, com a participação de mais mulheres, foi em decorrência de um processo natural de dedicação ao agronegócio, de engajamento na entidade que representa os produtores e de motivação para o fortalecimento da representação da classe. Julieta prestou serviços por muitos anos para os associados no tocante ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), o esposo presidiu a entidade por quatro mandatos, e as mulheres sentiram-se mais incentivadas à participação na entidade. “Enquanto entidade, sempre estivemos à frente batalhando pelo produtor. Lembro da época dos debates sobre os transgênicos, Código Florestal, invasões de terras. Acredito que tudo isso contribuiu nesse percurso”, considera.
Julieta informou que o Estado gaúcho conta com 138 sindicatos rurais com apenas dez mulheres presidentes. Para ela, o mais importante para uma mulher assumir uma entidade é ter conhecimento do setor. “É saber quais são os limites da propriedade rural, o que acontece lá, quanto de lavoura tem, o que produz, quanto vale um saco de soja, quanto custa um litro de óleo diesel, quanto consome, enfim. Se esse movimento de participação das mulheres está acontecendo é porque elas já acordaram. Nós não somos inferiores a ninguém, mas ao contrário, basta desenvolvermos capacidade. E não deleguem funções somente para os meninos, mas para as meninas também”, chama a atenção.
Em Toledo, o Sindicato Rural Patronal conta com a formação da Comissão de Mulheres, incentivada pelo Sistema Faep/Senar-PR. A comissão está sob coordenação de Gládis Knebel Schneider. Ela acompanhou a visita de Julieta à sede do Sindicato Rural onde dialogaram sobre a presença feminina na produção agrícola e pecuária e suas contribuições para o desenvolvimento econômico local, estadual e até nacional.