Foto: Wenderson Araujo/Trilux
Ter cuidado com o meio ambiente, evitar conflitos entre vizinhos e reduzir custos. A Inspeção Periódica de Pulverizadores apresenta contribuições fundamentais ao processo produtivo para que tenha qualidade e seja seguro, especialmente quando das aplicações para manejo das lavouras.
O treinamento oferecido na parceria entre o Sindicato Rural de Toledo e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR) insere o produtor rural num universo de conteúdo formativo bastante atrativo, a começar pela metodologia empregada. Diferente dos demais cursos em que os produtores se reúnem num local em comum para receber as orientações, desta vez é o instrutor que vai até a propriedade para atendimento individualizado. Percebendo a realidade local, ele dialoga com o agricultor a respeito dos desafios da pulverização para sanar problemas e dificuldades que encontra a campo na hora de fazer uma aplicação de qualidade.
“O curso trata tudo o que é pertinente em aplicação de qualidade, considerando os aspectos do antes, durante e o depois. Isso porque, às vezes, o produtor passa por determinadas situações em que só percebe depois de ter feito a aplicação. É o caso quando a máquina começa a apresentar problemas ou quando começa a entupir o bico. Isso nos mostra que o problema está no processo”, afirma o instrutor Francisco Leite Santos Júnior.
INSPEÇÃO DEVE SER HÁBITO
A inspeção periódica deve ser feita com muita atenção, o que envolve uma série de elementos que vão desde a verificação da tomada de potência, antigotejadores, e a conservação dos anéis de vedação e das mangueiras. Para sistemas de pulverização não recirculantes, há a necessidade de abertura da do fim da barra de pulverização para verificar se está com acúmulo de resíduos. Além disso, a utilização única e restrita de apenas um tipo de bico de pulverização para diferentes controles de pragas ou plantas invasoras interfere na qualidade do processo de aplicação. Tantos elementos indicam que a prática da inspeção de pulverizadores deve ser habitual.
O instrutor chama a atenção do produtor para que pense a agricultura de uma forma em geral, pois de todas as atividades desempenhadas na lavoura, a aplicação de produtos fitossanitários é a que ele passa mais tempo, a que custa mais caro e aquela que tem mais detalhes a serem levados em conta. “Partindo desse princípio, conseguimos mostrar ao produtor nesse diálogo do antes, durante e o depois quais são os momentos em que ele deve ter maior atenção para uma aplicação de qualidade. Por exemplo: condições climáticas e porque interferem, a qualidade da água para misturar o produto, a máquina com sua devida regulagem e calibragem e manutenção dos equipamentos. Tudo isso interfere na aplicação e se ele não cuidar acaba se transformando em gasto desnecessário, gerando perdas”, salienta.
Mas acima de tudo, o instrutor destaca que é preciso levar com consideração os cuidados com o meio ambiente e com a vizinhança, pois alguns passam por problemas muito sérios devido a aplicações mal feitas, principalmente por deriva. “O curso de IPP consegue mostrar o que é dever do produtor, a forma correta de aplicações e, caso ele seja cobrado, que tenha argumentos sobre os procedimentos que está adotando. Até porque na sociedade de hoje é mais fácil achar culpado do que solução e tudo acaba recaindo sobre o produtor rural. Com esse curso, conseguimos trazer conhecimento ao produtor e ferramentas para que realize essa atividade da melhor forma”, pontua.