Uma comitiva formada por avicultores do Canadá visitou o Sindicato Rural de Toledo nesta segunda-feira (4). O objetivo da visita foi conhecer o potencial produtivo que destaca o município com produção anual de 7,5 milhões de cabeças, custos de produção, suas preocupações com a gripe aviária e a troca de experiências.
A recepção ao grupo coube ao presidente da entidade, Nelson Gafuri, e ao vice-presidente Edenilson Copini. Ambos manifestaram a satisfação em recebê-los na entidade que representa a classe dos empregadores rurais, e agradeceram por terem escolhido Toledo no seu roteiro de viagem.
O encontro, realizado no auditório do Sindicato Rural, durou cerca de duas horas. No período, os canadenses – criadores de frango de corte e de peru, provenientes de três províncias da região do Quebec – tiveram interesse em conhecer os custos de produção de frango em Toledo e ficaram surpresos com o investimento que o avicultor realiza na atividade.
Copini, que também preside a Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná (Aaviopar), considera que os modelos de criação de frangos são bem diferentes, notadamente por conta do clima tropical, com média de 18 a 25 graus, enquanto que eles criam a temperaturas próximas de 30 graus negativos. “E vimos mais do que isso: eles compartilharam conosco que criam frangos em galpões de três andares. Logicamente isso torna a atividade mais viável”, observou. Ele ressalvou, no entanto, que as tecnologias de produção são similares.
Claro que o custo de produção se diferencia por esse fator tecnológico. “Percebemos que eles conseguem ter um custo menor de produção. Entendo que isso ocorre porque nós somos dependentes de tecnologias que, inclusive, importamos do seu país. Isso torna a construção do galpão, pelo que entendemos, mais viável lá no Canadá”, ponderou.
Outro aspecto que chamou a atenção dos visitantes foi o compromisso do avicultor com ambiente de produção e os aspectos de biosseguridade, ainda mais em tempos de gripe aviária percorrendo o mundo e já identificada no litoral do Paraná, a mais de 600 quilômetros de distância de Toledo. “Colocamos a importância de nos dedicarmos aos itens de biosseguridade. Porém, diante do cenário de ameaças de doenças temos órgãos fiscalizadores que nos ajudam a ter a sanidade controlada na atividade”, afirmou.
Copini informou que na questão do bem-estar animal é muito observada e que nenhum lote vai para o abate com mais de seis horas de jejum. Por isso mesmo, a agilidade no carregamento é fundamental. Já uma produtora da comitiva afirmou que em determinadas situações um lote percorre 500 quilômetros até o frigorífico.
Durante o encontro, integrantes da comitiva fizeram muitos questionamentos a respeito da importância de uma associação de avicultores. Copini comentou com o grupo os modelos existentes. “Acredito que eles levam essa experiência de Toledo. Percebemos que atualmente a Aaviopar serve de modelo para outras agroindústrias. Líderes de cooperativas e demais empresas nos consultam sobre esse trabalho que realizamos em benefício da avicultura. Comentamos com eles a importância das Comissões para Acompanhamento, Conciliação e Desenvolvimento da Integração (Cadec) que representam um direito que temos e um meio para o avicultor melhorar sua vida no campo”, salientou.
Gafuri e Copini com as representantes da Exceldor Cooperative, Jocelyne Kan e Naomi Bibeau