O Sindicato Rural de Toledo decidiu pelo apoio a um projeto-piloto que visa identificar a viabilidade dos créditos de carbono para quem atua na agricultura na realidade local. Ao mesmo tempo em que lavouras de trigo, soja e milho são geradoras, elas também apresentam potencial para sequestro do carbono (CO2). O assunto ainda é pouco explorado na região e, por isso, a decisão tomada pelo Sindicato de patrocinar a iniciativa para conhecer e validar os resultados.
O assunto foi tratado em reunião realizada em junho, no auditório da entidade, que contou com a presença de representantes de instituto que desenvolve projetos de ativos ambientais com foco prioritário em agropecuária regenerativa.
Recentemente, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou resultado de pesquisa conduzida em conjunto com a Universidade Federal de Santa Maria (RS) em que o trigo absorve mais CO2 do que emite.
A partir de agora, o projeto em Toledo passa por definição da propriedade rural que participa do projeto piloto para ser aplicada a metodologia. Neste momento, o Sindicato iniciará o projeto piloto com as amostras de solo por talhão onde serão encaminhadas para análises para a verificação da viabilidade do projeto.
A finalidade é reunir elementos para calcular precisamente, com metodologia própria, a viabilidade da geração de créditos de carbono em determinada área de produção de grãos.
O primeiro passo é identificar a função do projeto, se para geração de créditos de carbono, Cédula de Produto Rural Verde (CPR-Verde) ou títulos sustentáveis. Algumas variáveis podem contribuir para a definição do projeto: se a propriedade faz o uso de boas práticas como, plantio direto e de insumos biológicos, ou ainda possui adicionalidades, como é caso do biodigestor para neutralizar a emissão de gás metano na atmosfera, e ainda a geração de energia fotovoltaica.
Com a disponibilidade do Sindicato Rural no apoio a esta iniciativa, a meta é compartilhar os resultados do projeto com os associados para que seja possível cada um tomar a decisão adequada em suas áreas de agricultura.
Como este é um mercado relativamente novo enquanto crédito de carbono para a agricultura e pecuária, ainda estão sendo desenvolvidas metodologias para validação e comercialização. Até hoje o que se ouviu mais foram projetos de crédito de carbono voltados para a área florestal.
OS CRÉDITOS DE CARBONO
Os créditos de carbono são gerados pela diferença entre o volume que a atividade produz para a atmosfera e o volume que ela mesma é capaz de sequestrar. A medida é calculada em toneladas de dióxido de carbono (CO2). Na agricultura, as plantas sequestram carbono para a realização da fotossíntese e liberam oxigênio. É por isso que a metodologia precisa ser muito bem desenvolvida e o Sindicato Rural de Toledo participa desta proposta.