Muitas vezes, a pausa para pensar na sucessão familiar vem cerca de tabus. Quem dará continuidade à história que os antepassados iniciaram no agronegócio? Como será essa transição? Quem está preparado? Mas o que é preciso saber sobre regimes de bens, doações, inventários, testamentos?
Tudo isso está contemplado em uma das etapas do Programa Herdeiros do Campo, que está sendo realizado no auditório do Sindicato Rural Patronal de Toledo. Encontros semanais têm reunido avós, filhos e netos, pais e filhos, mães e filhos, sogra e genro. Gerações que precisam dialogar sobre o assunto. E tudo começa com um momento adequado para realizar o planejamento sucessório, um tipo de instrumento que facilita o diálogo, evita traumas e possíveis conflitos.
“A ideia de fazer um planejamento sucessório contribui para, além de preservar patrimônio, preservar relacionamentos dentro da família”, considera o advogado Ruan Felipe Schwertner, atuante no Sistema Faep/Senar-PR, que conduziu esta etapa do curso em Toledo. Conforme ele, existem ferramentas para contribuir nestas questões que estão vinculadas ao patrimônio da família, mas também levando em consideração os desejos de seus membros. “O planejamento sucessório deve levar em consideração isso: que não se está somente falando em transmissão de propriedade, mas está se falando em transmissão de valores, de cultura da família e de sua singularidade. Por isso que o planejamento, quando feito de forma antecipada, preserva a família e seus relacionamentos”, argumenta.
Muitos entendem a importância do tema sucessão familiar, embora não consigam identificar o melhor momento para falar a respeito. Para Schwertner, não existe um “melhor momento”, mas sim um momento em que a família se sente à vontade para falar sobre o tema.
O Programa Herdeiros do Campo tem justamente uma metodologia preparada para tocar no assunto, observando a sensibilidade que envolve. “Existem alguns momentos que a família pode utilizar para falar sobre sucessão, que para muitos ainda é um tabu. Mas, por exemplo, um desses momentos quando a família vai contrair um financiamento no agronegócio para ser pago em dez anos. Esse é um momento para falar de sucessão. Outro é quando os filhos começam relacionamento e se encaminha ao casamento, ocasião em que se fala de regime de bens. O melhor momento é aquele que a família decide”, avalia.
Constantemente, Nelson Gafuri, presidente do Sindicato Rural de Toledo tem insistido com os associados para que aproveitem as oportunidades que o programa Herdeiros do Campo oferece de forma gratuita, por meio do Sistema Faep/Senar. O programa se encaixa perfeitamente naquilo que é o agronegócio: planejamento, ações e execuções a longo prazo. É um programa bem completo no sentido de que aborda questões de ordem jurídica, de gestão e até de construção de confiança da empresa familiar.