Produtores rurais, membros da diretoria e associados do Sindicato Rural de Toledo iniciaram uma maratona de encontros semanais em vista do desenvolvimento de habilidades e competências que possam somar forças e contribuir à sustentabilidade sindical. Isso está acontecendo por meio de programa desenvolvido pelo Sistema Faep/Senar que tem por objetivo despertar práticas de ações integradas e de participação dos agricultores e pecuaristas na entidade que os representa, sobretudo por meio de participação pró-ativa.
Por meio do Programa de Sustentabilidade Sindical (PSS), o grupo avança no curso de Liderança Rural, cuja primeira fase foi realizada no ano passado. Agora, nesta Fase 2, os participantes seguem na perspectiva de construírem juntos um projeto de atividades para que o Sindicato continue sendo uma entidade forte, de presença junto ao produtor rural, mas também de inserção na sociedade e demais instâncias em que a voz do campo precisa ser ouvida, o que inclui os governos.
“Existem algumas lutas que não tem como fazer isolado. Ouvimos falar muito de que somos sempre mais fortes quando estamos juntos, mas como ficar junto para as coisas acontecerem? Isso se dá por meio de uma presença contributiva, que valide aquilo que penso. Tenho que ter uma presença que seja força e disposto a contribuir”, salienta a consultora do Sebrae, Nara Silveira, que orientou o primeiro encontro desta nova fase do treinamento, realizado no Sindicato Rural de Toledo.
De acordo com Nara, logo no início deste encontro, ficou muito claro que os participantes compreendem e desejam o Sindicato como entidade representativa. Mas eles mesmos apontaram que é preciso comprometimento de todos. “Vejo que uma das questões bem importantes de tudo isso é pensar que precisamos nos colocar à disposição para alguma coisa. E aí temos comentado com o grupo que só acontecem as coisas com as pessoas que são muito ocupadas. Se a pessoa é muito ocupada, terá que encontrar um tempinho para ter essa disponibilidade para fazer esse trabalho acontecer. E isso está relacionado muito às minhas prioridades. Se o Sindicato for uma prioridade, eu terei tempo. Por isso é pensar que linha de disponibilidade e de prioridade que o Sindicato está para aquilo que eu acredito, para aquilo que eu penso e para aquilo que eu quero que me represente. Esse é um questionamento que precisamos fazer”, acrescentou.
A associada do Sindicato Rural, Leoni Arnhold, se sente valorizada em participar deste processo, uma vez que tem a oportunidade de apresentar ideias e opiniões para contribuir com o fortalecimento da entidade. Na sua opinião, uma entidade representativa de produtores tem esse papel de formar seus associados.“Quanto mais a pessoa se atualiza, fica informada sobre os meios adequados para resolver seus problemas”, considera.
A jovem produtora rural, Andreia Bastian, de 26 anos, com mestrado, revela que tinha tudo para seguir na cidade, mas optou por ficar no campo.
“Acredito que, em muitos casos, os jovens precisam de um incentivo para continuar no campo. Está aí o Sindicato Rural mostrando que isso é possível com os benefícios que disponibiliza a todos no acesso a cursos e capacitações para os produtores seguirem e cada vez mais evoluírem nos seus negócios”, afirma a participante desta Fase 2 do curso de Liderança Rural para o qual foi convidada. “Com os cursos que já realizei aqui no Sindicato, percebo que tem espaço para o jovem se capacitar. Quem pensa: ‘Ah, vou trabalhar no campo e não precisa estudar’, está totalmente enganado. É preciso se capacitar, buscar inovação, recorrer a congressos e todas as oportunidades para evoluir”, completa.
Complementando as informações colhidas junto aos participantes desta nova Fase do treinamento de Liderança Rural, a consultora Nara acrescenta que o propósito é entregar um projeto ao Sindicato. “Esse projeto é o Sindicato sustentável. Esse é o nosso ponto de início, mas também o ponto de chegada. Tudo aquilo que trabalharemos ao longo desta série de encontros será construído pelo grupo com este propósito de referenciar o Sindicato sustentável, bem como pensar formas de fazê-lo”, destaca. Até o final do ano, serão abordados conteúdos como inovação, negociação, governança, compliance e liderança ética. Haverá momentos específicos para mentorias em grupo.