Produtores, veterinários, técnicos e demais agentes envolvidos na cadeia produtiva da avicultura estão em alerta para a prevenção da gripe aviária em granjas comerciais. A cada encontro para debater o assunto, a preocupação aumenta, especialmente diante das consequências desastrosas para um setor que é responsável por movimentar diretamente a economia de municípios da Região Oeste. O vice-presidente do Sindicato Rural de Toledo, que também preside a Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná, Edenilson Copini, apela para a conscientização dos produtores em vista das medidas de prevenção, pois não é possível dimensionar o tamanho dos prejuízos que a doença pode causar.
Preocupado com o potencial da influenza aviária de alta patogenicidade tanto no aspecto financeiro das granjas, quanto no emocional dos avicultores, Copini alerta ainda para a questão ambiental, pois os animais afetados pela doença e abatidos no processo sanitário devem ser enterrados na própria granja. “Imagine uma granja com 500 mil animais e as outras propriedades rurais próximas, geralmente de pequenos e médios produtores. Como ficará o lençol freático? Não conseguimos dimensionar a proporção dos prejuízos que a doença pode causar. Por isso, reforço o pedido para que os avicultores adotem todas as medidas possíveis a fim de que a gripe aviária não se instale na nossa região, pois não queremos sentir a proporção dessas perdas”, alerta.
Existem alguns fundos financeiros para indenização em caso de abate sanitário. O Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Paraná (Fundepec), criado em 1995, tem em caixa cerca de R$ 93 milhões, conforme demonstrativo financeiro de março deste ano. Esses recursos são destinados ao atendimento de urgências sanitárias.
Por sua vez, o secretário do Agronegócio, Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico, Diego Bonaldo, pontuou em reunião do Conselho Municipal de Desenvolvimento do Agronegócio de Toledo (CMDAT), que os efeitos da doença nas granjas podem fazer a planta industrial parar, com isso surgem os riscos de desemprego e de redução na arrecadação de impostos, entre outras consequências ainda maiores aos demais elos da cadeia produtiva.
Já o presidente do CMDAT, João Luis Raimundo Nogueira, considera fundamental os produtores estarem amparados por informações corretas sobre o processo de prevenção. Paulo Salesse, chefe do Núcleo Regional da Seab de Toledo, salienta que o Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), está de prontidão para prestar o melhor serviço e mobiliza os conselhos de sanidade agropecuária da região.
O médico veterinário Márcio Ogassawara, da Adapar, que conduziu reunião no auditório principal do Sindicato Rural de Toledo, envolvendo Seab, Adapar, IDR-PR, CMDAT e Prefeitura, salienta aos avicultores para que executem as medidas de biossegurança na granja e aos que possuem animais para subsistência permaneçam em atenção especial. Em ambos os casos, se surgirem suspeitas, façam imediatamente a notificação junto à Adapar. “No aviário de corte, a gripe aviária tem apresentado alta mortalidade do lote, que pode chegar a 60% de um dia para o outro. Entre os sinais da influenza aviária, os animais apresentam dificuldade respiratória, tosse, espirro e alguns sinais neurológicos. Nas aves de subsistência os sinais podem até ser mais brandos, mas o produtor pode identificar pela alta mortalidade em curto espaço de tempo”, destacou. “Temos que ter consciência de que o vírus está próximo”, acrescentou em encontro que segue uma rodada de reuniões pelos municípios da região.
Antonio Carlos Dezanetti, da Adapar, fala da importância da reunião para o Oeste do Estado